Vamos imaginar uma cena que acontece com muita gente. Subitamente você recebe uma ligação de um amigo que há muitos anos não fala com você. A conversa começa com algo do tipo "Há quanto tempo! Você sumiuuuuuu...". Bem, você NÃO sumiu – seu endereço, seu telefone e seu e-mail continuam os mesmos. Você continua freqüentando os mesmos lugares. Qualquer um que quisesse lhe encontrar, a qualquer momento, saberia onde e como...
Você dá "corda" para o amigo, e ele segue falando. Relembra eventos dos "velhos tempos", pergunta se você ainda mantém contato com os colegas de antigamente... Quando chega o momento adequado, ele dá o "bote". Conta que está com problemas, possivelmente desempregado, e está procurando ajuda. Quem sabe uma indicação para um novo emprego?
Bem, o que vimos aqui é um exemplo de como NÃO fazer networking. Tenho certeza que muitas pessoas que estão lendo isso já se viram na situação descrita. Algumas outras podem ainda ter participado de uma cena parecida, mas na embaraçosa situação do "amigo" que só se lembra dos outros quando precisa de alguma coisa...
Fazer networking não é apenas conhecer pessoas e trocar cartões. Um networking vencedor deve ser cultivado de forma muito cuidadosa. Networking é sobre pessoas e relacionamentos, e é um grande equivoco tratar seu networking como aquela coleção de figurinhas da infância, que fica guardada em alguma caixa empoeirada que você só abre em momentos de "surto nostálgico".
A rigor, não existem regras para se fazer um bom networking, mas se fosse para elencar uma "regra principal" do networking vencedor, diria algo como "faça ANTES de precisar". Aproveite os momentos em que as coisas caminham bem e a maré está favorável para desenvolver relacionamentos e cultivá-los. Faça o que puder para conhecer pessoas novas e interessantes, que possam representar oportunidades futuras, mas se esforce ainda mais em cultivar o networking que já tem. Mantenha contato com essas pessoas, interesse-se por elas (no sentido de ser "interessado" e não "interesseiro") e faça um grande favor a si mesmo: Jamais coloque-se na situação constrangedora de ser a pessoa que lembra dos "amigos" apenas quando está em dificuldades.
Uma boa dica para pessoas que querem fazer um networking vencedor é começar com um inventário dos contatos, amigos e colegas. Antes de procurar conhecer novas pessoas, é interessante tentar fazer algo com aquilo que já temos à mão. Há quanto tempo você não dá um "alô" para seus contatos? Ligar de vez em quando ou mandar um e-mail (um e-mail pessoal, por favor nada de e-mails coletivos com mensagens "bonitinhas" ou as infames "correntes") é uma medida muito salutar.Geralmente as pessoas costumam gostar quando damos demonstrações de interesse. Melhor ainda quando não pedimos nada em troca ou insinuamos alguma intenção oculta. Se dermos, periodicamente, uma demonstração de interesse para essas pessoas, certamente será muito mais fácil conseguir algo delas no futuro caso realmente precisemos. Pequenas atitudes como essas fazem com que estejamos presentes na memória de curto prazo das pessoas. Será muito mais fácil sermos lembrados quando elas ficarem sabendo de alguma oportunidade que não interessa para elas, mas elas sabem que seria a oportunidade "da sua vida".
Não tem uma lista de contatos? Ou sua lista é muito pequena? Nesse caso é uma boa pedida investir um pouco de tempo e esforço em conhecer gente nova. Frequentar eventos de interesse de profissionais de sua área, cursos ou mesmo eventos sociais absolutamente despretenciosos. Vale tudo. Em qualquer lugar é sempre possível encontrar pessoas interessantes, mas sempre observando a regra de "fazer antes de precisar".
Deixar para fazer sua rede de contatos quando se está "na pior" é contraproducente. Geralmente quem está na posição de querer algo e não poder contribuir com nada em troca acabará ingressando em redes sociais de baixo nível. Comece a fazer sua rede de contatos e, principalmente, a cultivá-la AGORA. Não espere o momento em que vai precisar dela.
André Massaro é consultor de finanças, criador do programa integrado de desenvolvimento financeiro MoneyFit® e atua como trader independente de derivativos na bolsa de valores. É autor do livro MoneyFit (Editora Matrix).
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quinta-feira, 8 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Dunga x Maradona: qual perfil comportamental funciona melhor?
Qual estilo de liderança você prefere: Dunga ou Maradona? É possível aprender a identificar o estilo de liderança observando os jogos da Copa do Mundo, especialmente as seleções de Brasil e Argentina.
Comportamentos são observáveis. Com um pouco de treino e conhecimento, por meio da observação, é possível identificar estilos comportamentais e, a partir daí, prever como a pessoa se comportará em determinadas situações.
Não sou conhecedor de futebol, pelo contrário, somente na época de um evento dessa magnitude, é que passo a acompanhar a maioria dos jogos e a observar o comportamento dos técnicos e de seus jogadores.
Porém, fazendo uma ligação direta com o futebol, a liderança é exercida pelo técnico da seleção. E aqui estão em jogo três competências importantes para o exercício dessa liderança, baseadas no conceito DISC, que são:
- Foco em objetivo e diretividade (competência com alta Dominância);
- Capacidade de comunicação e persuasão (competência com alta Influência)
- Investigação e lógica (competência com baixa Influência)
Tanto Dunga quanto Maradona tendem a apresentar alto grau de Dominância e, naturalmente, exercem a competência comportamental Foco em Objetivo e diretividade com maestria.
Pessoas com essas características tendem a ser muito competitivas, ambiciosas, audazes, francas, firmes, enérgicas, diretas, assertivas, objetivas, iniciadoras, esforçadas. Mas podem também demonstrar agressividade e, por vezes, arrogância.
Alguém discordaria que Dunga e Maradona possuem grande parte dessas características comportamentais? Então, onde o comportamento dos dois diverge radicalmente? Simples: Maradona é pura emoção, Dunga é pura razão.
Mas vamos entender melhor o que está por trás desse estilo comportamental e a alta e a baixa Influência que cada um apresenta, o que desencadeia diferentes perspectivas comportamentais:
Maradona possui alta capacidade de Comunicação e Persuasão. Para ele, o jogo tem que ser um show à parte, brilhar e aparecer faz parte da sua natureza comportamental. Os treinos eram abertos ao público e a mídia era sempre bem-vinda. Ele sente necessidade de agradar as pessoas, beijos e abraços são distribuídos com muita facilidade. E isso tem lá o seu poder de motivação. Jogadores se sentem queridos e protegidos, o povo argentino se sente parte do time e estamos observando os resultados desse tipo de liderança. Maradona explora o talento individual de seus jogadores, tal qual sua personalidade comportamental. E está funcionando.
Dunga possui alta capacidade de Investigação e Lógica. Nesse caso, o jogo tem que ser suficientemente eficiente para gerar os resultados que ele e o time traçaram. O show não é o que importa e tampouco se as pessoas não gostem disso. Os treinos eram fechados e a mídia não era bem-vinda. Ele não se incomoda em agradar ninguém se isso for atrapalhar seu objetivo. Ele não sente necessidade de ficar "bonito na foto". Ele quer o resultado, mesmo que um 0 x 0 seja o suficiente.
Tenho certeza que se ele pudesse optar em não dar as entrevistas coletivas, ele não daria. Ele prefere trabalhar fortemente com o seu time ao invés de trabalhar, neste momento, com a emoção dos brasileiros. Dunga explora o conjunto do time, não dando muito espaço para brilhos individuais, tal qual sua personalidade comportamental. E está funcionando.
Se você fosse escolher um estilo de liderança comportamental a desenvolver, seria o de Maradona ou o de Dunga?
Lembre-se que comportamentos são treináveis. O que precisamos identificar é qual o estilo que queremos adotar.
* Rubens Gustavo Gurevich, CEO Your Life do Brasil
Comportamentos são observáveis. Com um pouco de treino e conhecimento, por meio da observação, é possível identificar estilos comportamentais e, a partir daí, prever como a pessoa se comportará em determinadas situações.
Não sou conhecedor de futebol, pelo contrário, somente na época de um evento dessa magnitude, é que passo a acompanhar a maioria dos jogos e a observar o comportamento dos técnicos e de seus jogadores.
Porém, fazendo uma ligação direta com o futebol, a liderança é exercida pelo técnico da seleção. E aqui estão em jogo três competências importantes para o exercício dessa liderança, baseadas no conceito DISC, que são:
- Foco em objetivo e diretividade (competência com alta Dominância);
- Capacidade de comunicação e persuasão (competência com alta Influência)
- Investigação e lógica (competência com baixa Influência)
Tanto Dunga quanto Maradona tendem a apresentar alto grau de Dominância e, naturalmente, exercem a competência comportamental Foco em Objetivo e diretividade com maestria.
Pessoas com essas características tendem a ser muito competitivas, ambiciosas, audazes, francas, firmes, enérgicas, diretas, assertivas, objetivas, iniciadoras, esforçadas. Mas podem também demonstrar agressividade e, por vezes, arrogância.
Alguém discordaria que Dunga e Maradona possuem grande parte dessas características comportamentais? Então, onde o comportamento dos dois diverge radicalmente? Simples: Maradona é pura emoção, Dunga é pura razão.
Mas vamos entender melhor o que está por trás desse estilo comportamental e a alta e a baixa Influência que cada um apresenta, o que desencadeia diferentes perspectivas comportamentais:
Maradona possui alta capacidade de Comunicação e Persuasão. Para ele, o jogo tem que ser um show à parte, brilhar e aparecer faz parte da sua natureza comportamental. Os treinos eram abertos ao público e a mídia era sempre bem-vinda. Ele sente necessidade de agradar as pessoas, beijos e abraços são distribuídos com muita facilidade. E isso tem lá o seu poder de motivação. Jogadores se sentem queridos e protegidos, o povo argentino se sente parte do time e estamos observando os resultados desse tipo de liderança. Maradona explora o talento individual de seus jogadores, tal qual sua personalidade comportamental. E está funcionando.
Dunga possui alta capacidade de Investigação e Lógica. Nesse caso, o jogo tem que ser suficientemente eficiente para gerar os resultados que ele e o time traçaram. O show não é o que importa e tampouco se as pessoas não gostem disso. Os treinos eram fechados e a mídia não era bem-vinda. Ele não se incomoda em agradar ninguém se isso for atrapalhar seu objetivo. Ele não sente necessidade de ficar "bonito na foto". Ele quer o resultado, mesmo que um 0 x 0 seja o suficiente.
Tenho certeza que se ele pudesse optar em não dar as entrevistas coletivas, ele não daria. Ele prefere trabalhar fortemente com o seu time ao invés de trabalhar, neste momento, com a emoção dos brasileiros. Dunga explora o conjunto do time, não dando muito espaço para brilhos individuais, tal qual sua personalidade comportamental. E está funcionando.
Se você fosse escolher um estilo de liderança comportamental a desenvolver, seria o de Maradona ou o de Dunga?
Lembre-se que comportamentos são treináveis. O que precisamos identificar é qual o estilo que queremos adotar.
* Rubens Gustavo Gurevich, CEO Your Life do Brasil
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